“Aqui onde o mar aconchega o céu
E o céu espelha a alma no mar,
Onde reina um coração verde de magia e encanto …
Aqui as montanhas ecoam sobre os vales
O palpitar duma respiração suave
Que alimentam as árvores e as flores cujo perfume
Invadem, incessantemente, o brilho do sol…”
A Chiado editora publicou uma antologia de poesia madeirense, num total de 34 poemas sobre a ilha. João Rodrigues foi um dos autores com quem falámos sobre poemas, poetas e a sua inspiração.
Em Julho passado a editora havia lançado um desafio, através das redes sociais, apelando ao lado mais poético dos madeirenses, independentemente de serem autores já publicados ou não, com o objectivo de integrar uma antologia de poesia intitulada, “Mar em volta”. Os potenciais autores foram desafiados a enviar um texto inspirado na ilha da Madeira. Um dos escritores selecionados foi João Rodrigues que, decidiu participar “graças a um convite de uma amiga que viu o link e mo enviou, como achei interessante decidi participar com um poema. Sentei-me, inspirei-me, escrevi o texto e enviei”. Questionado sobre o que escreve em termos de poesia, o autor, respondeu que “escrevo de tudo um pouco, inclusive sobre o ambiente, o mar, os sentimentos e o amor. Neste caso o tema foi a ilha e consegui de uma forma abrangente expressar o que é à Madeira. A forma de escrita não foi, contudo, em quadras, “pode ter rimas, mas não há quadras neste texto, é tudo sequencial. Não quer dizer que não possa escrever poemas sob a forma de versos e que isso me possa inspirar, como já aconteceu. Eu tenho um blog onde publico poesia, tenho algumas frases de cariz popular e inclusive tenho um conto que escrevi há vários anos para um concurso no qual não cheguei a participar, porque o escrevi muito encima da data limite e não o consegui rever a tempo de enviá-lo, por isso esta lá.
Numa antologia sobre a ilha da Madeira dedicado a todos os ilhéus, será que os madeirenses gostam dos seus poetas? Paulo Rodrigues responde, “eu vou ser sincero, eu não estou muito familiarizado com a poesia na Madeira. Posso dizer que não sei quem são os atuais poetas da ilha, ou que tipo de poesia fazem e muito menos conheço as obras mais recentes desses autores. Já vi, por outro lado, poetas madeirenses mais antigos e verifico que alguns dos seus poemas são diferentes do que eu tenho por habito de escrever, por isso, não sei até que ponto a minha escrita pode ser considerada boa e que proporcione uma leitura motivante ao se ler.
E será que podem fugir a ilha? “Sim, nos podemos viajar onde a nossa imaginação nos levar, pode ser na Madeira, como na lua, o impulso de um poeta não é escrever sobre onde se encontra, mas sobre onde a alma e o coração o mandam”