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O bruno fora da caixa

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Bruno Azevedo tem já uma longa carreira como engenheiro, produtor e compositor musical que culminou com uma reviravolta musical ao compor e produzir a peça “Away”. Trata-se de um projeto underground que não se quer cingido a um estilo musical, integra antes vários subgéneros, do industrial\eletrónico ao cinemático, do metal sinfónico ao punk, do rock progressivo ao clássico. É um concerto multimédia que integra a imagem composta por Play Bleu e propõe a música e a presença ao vivo de Bruno de Azevedo em performance com a guitarra e os teclados, enquanto processa as sonoridades digitais que se vão fazendo presentes, para que possam atravessar os corpos sem sugerir uma forma fechada de comunicação, podendo ser experienciado numa sala convencional de espetáculos ou num espaço alternativo onde o público possa escolher estar de pé, dançando.

Como é que surge o projeto “Away”?
Bruno Azevedo: O “Away” teve a ver com o meu percurso musical ao longo dos anos. Eu sou engenheiro de som, sou produtor musical, então já gravei muitos músicos, já trabalhei com artistas singulares também e chegou a altura que eu precisei de sair mais um pouco do estúdio e surge o “Away” para as coisas terem outro caminho, para eu poder ter um trabalho meu, com uma composição minha. Este projeto musical é o culminar das experiencias musicais todas que tive, para além dos artistas e das muitas bandas, desde o punk, metal, ou rock, onde toquei, e foi aí que decidi avançar com um projeto meu a solo que tem essas componentes todas.

Mas é um projeto único mesmo em termos musicais?

BA: É uma peça só.

E porquê decidiu fazer?
BA: Porque também estou um bocado farto da musica convencional, do “main stream” que fazem aquelas composições com o refrão, a parte A, a parte B, a ponte e o verso e isso a mim para que já trabalhei muitos anos nesse método era um modelo já gasto, queria fazer uma coisa completamente diferente dos parâmetros normais e pensei em fazer uma musica só, que é uma peça inteira com a componente de imagem agregada a musica.

E essa ideia associada a imagem surgiu posteriormente ou tinha já tinha conversado com o Play Bleu para uma possível parceria?
BA- Sim, o Filipe Play Bleu, que me ajudou nessa parte. Eu comecei primeiro, porque é um trabalho que obviamente leva tempo, fui compondo, fui partilhando as minhas composições com o Filipe e ele foi surgindo com as imagens. Nós já tínhamos trabalhado anteriormente noutros trabalhos no CEM-centro em movimento, ele é da parte da imagem e eu sou da parte técnica do som e ao nível musical.

É também um estilo musical que tem sido o seu percurso, ou não?
BA: Não foge, porque eu já fiz todo o tipo de trabalhos musicais, eu toquei até jazz, por exemplo. A minha formação é clássica, mas passei pelo jazz depois disso o rock, o punk e o metal, então foi essa fusão toda que me levou a criar uma peça única que têm essas componentes todas.

Porquê “Away”?
BA: “Away” é fora, lá está, é fora dos parâmetros normais e é fora mesmo por eu ter decidido sair da linha comum.

Da tua zona de conforto normalmente como musico ou não?
BA: Sim, como músico e compositor, porque como disse eu já fiz composições de todos os estilos, já fiz musicas para filmes também e lá está, por isso, o “Away” ter aquela componente também cinemática e depois todo o meu percurso todo musical ao longo dos anos que está embutido lá nesta peça.

E porquê agora? Porquê ampliar o estúdio e fazer este projeto total fora da caixa?
BA: Eu acho que chegou a altura, já trabalho nesta área há muito anos já passei desde o ensinar guitarra a ser técnico de som a produzir bandas e pronto acho que cheguei altura de sair um bocado da caixa, como você disse. Como eu hei de dizer isto? Ora bem, é um culminar de situações que me levaram a fazer este “Away”, é um trabalho que é meu, o que eu digo têm muito a ver com o meu percurso de vida como músico, também aí, eu quis contar à minha historia numa peça só e foi isso que aconteceu.

Durante o processo criativo houve neste trajeto algo que pretendia fazer de determinada maneira e depois acabaram acontecendo outras coisas completamente diferentes?
BA: Sim, claro é assim quando se constrói, quando se faz um álbum, por exemplo, o disco pode ter dez musicas, mas para esse projeto musical foram construídas vinte e depois são escolhidas só aquelas que vão ficar para o álbum e isso aconteceu nesta peça. “Away” têm uma particularidade que é nunca voltar a trás, é uma viajem sempre com sequências novas, sem refrões e a partir de aí levar o ouvinte completamente para fora porquê? Não é restritamente só aquela musica, o que eu quero dizer com isto é que não se ouvem partes idênticas que já foram tocadas anteriormente, essa é uma viagem continua, daí esta peça ser completamente fora dos compositores normais e de eu querer também atingir um bocado a diferencia de toda a composição que já fiz até hoje, criei esta coisa agora que é nova completamente tanto para mim, como para as pessoas, penso eu.

Já houve uma apresentação do “Away” em fevereiro?
BA: Já, Já.

E como é que foi depois a receção? Teve algum feedback do público em relação ao espetáculo?
BA: Têm sido muito bom. Tive o privilegio de estrear o “Away” em Paris e foi brilhante tive uma plateia tanto jovem, com uma com já mais idade e foi maravilhoso ouvir o feedback de toda a gente, do estarem interessados em conhecerem-me, em felicitarem-me pelo trabalho que tinham ouvido e foi muito engraçado mesmo.

E têm já algum projeto assim depois do “Away”?
BA: Isso é uma boa pergunta, mas penso que irá haver um “Away II”. Já estou a pensar nisso de facto, porque as ideias também vão surgindo nos camarins e tudo o mais que eu tenho esta nesta peça. Obviamente vão surgindo outras ideias que me levam a crer que possivelmente irá haver um “Away II”, mas não sei é se terá o mesmo título.

Mas sempre nesse âmbito de um trecho único?
BA: Sim, dentro da mesma linha definitivamente. Está-me a dar muito gozo mesmo fazer este tipo de composição, porque é completamente livre e me está a alimentar muito em termos criativos.

http://www.brunodeazevedo.com/pt/

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