Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

sábado, 29 dezembro 2012 19:47

Cintile no verão

Uma das grandes tendências para o verão de 2012 são os brilhos.

Os brilhos são uma das influências que inundaram as passarelas internacionais, com materiais como o latex, o vinil, os metais, as lantejoulas e os cristais estão de volta, fazendo recordar a silhueta futurista dos anos 60 liderada por Pierre Cardin e André Courrèges. É a onda do cintilante que pode usar nas noites mais quentes do verão. Se gosta do tema floral, use e abuse deste padrão porque a primavera voltou em força. É talvez uma das tendências mais fortes de este verão. Embora, as portuguesas não gostem de impressões com tonalidades fortes e tamanhos muitos expressivos, este ano, as flores são mais pequenas e em cores discretas bem ao gosto nacional. O branco é a cor destaque da estação estival, dos pés á cabeça, uma tendência que se viu nos looks mais estilizados. É uma tonalidade que favorece qualquer mulher diga o que disserem, ainda mais nas morenas. Outra técnica com vários séculos que volta à moda é o efeito tye-dye de origem tradicional, mais concretamente nas culturas asiáticas e africanas e que simplesmente implica um processo de amarrar e tingir as peças de roupa ao seu gosto, ou seja, amarrar aleatoriamente um tecido e tingi-lo com cor, ou então usando líxivia. Este ano a paleta de degradés oscila entre vários tons que vão desde o verde sorvete aos mais eléctricos que se possa lembrar, numa clara referência ao movimento hippie, mas com toque mais chic, menos tribalistas, já que apostam em tecidos nobres, como sedas e cetins. Há muito por escolher e embora seja um ano de crise, pode retirar ideias para reciclar alguma peça da passada estação, ou então faça você mesma, tinja as suas roupas com as cores desta estação e crie novos padrões ao seu gosto.

sábado, 29 dezembro 2012 19:42

A viagem

Foi o inicio fulgurante da carreira musical de Pedro Abrunhosa e os bandemónio, com um álbum de estreia com influências no jazz.

Foi no ano de 1994, mas podia ter sido a semana passada, quando o primeiro álbum do Pedro Abrunhosa e os bandemónios se estreou, já o ritmo destas viagens, era sentido noite dentro nos bares da noite do Porto. O tema, “não posso mais viver assim” era um dos mais badalados nas pistas de dança e isto eu posso assegurar, porque estava lá. Foi um som diferente que irrompeu pelas mesas de misturas dos DJ's da altura e pelas ondas hertzianas das rádios locais. Toda a gente ouvia! Curiosamente este disco rompeu com um pouco da hegemonia da música anglo-saxónica que se ouvia em todo o lado. Ninguém sabia ao certo quem era o tipo, lembro-me que o nome circulava de boca em boca, até que o mistério se desvaneceu quando ele apareceu pela primeira vez em televisão, já com a imagem de marca, os famosos óculos escuros. E o sucesso foi ainda mais estrondoso. Com o seu som muito jazz, que aliás se nota em todo o álbum, este foi outro dos temas fez ainda mais as delicias do público até, porque “é preciso ter calma/não dar o corpo pela alma. E o mesmo se pode dizer, de “socorro/estou a apaixonar-me/ é impossível resistir a tanto charme”. A balada “tudo o que te dou” contribuiu concerteza para aumentar a taxa de natalidade nacional e disso restam poucas dúvidas basta ouvir. Ainda hoje é uma das composições mais emblemáticas da sua carreira como cantor e dos mais belos poemas que Pedro Abrunhosa escreveu. É um álbum que acarinho muito, porque é a banda sonora da minha juventude perdida e relembrada com muito carinho ao som dos primeiros acordes desta viagem.

http://www.abrunhosa.com/

sábado, 29 dezembro 2012 19:45

A flor d'ali

A ideia surgiu literalmente num sonho de Lidiane Duailibi. Uma coleção de acessórios feitos em crochet que vai buscar a sua inspiração à natureza. São brincos, anéis e bandoletes feitos com muita paixão, em tonalidades quentes que se complementam de uma forma simples e elegante. São um mimo de uma mulher para todas.

Como surge a flor d’ali?

Lidiane Duailibi: Foi muito engraçado. Eu quando era menina fiz muito crochet. A minha mãe viveu muitos anos desta arte. Ela colocava-nos a fazer crochet, erámos cinco, as três irmãs ajudavam. Foi a que mais fiz, porque era a mais velha. Entretanto, no projeto da nossa escola temos muitas crianças e apareceu uma menina com uma flor no cabelo de crochet. Eu achei bonito e disse: eu faço uma para você, mas de presente. Dormi, sonhei com a colecção completa e no dia seguinte decidi comprar as linhas e fazer as peças. Nasceu disso, das crianças que vejo todos os dias.

Qual é o significado do nome?

LD: Eu gosto de flores, gosto de flor-de-lis, de Lidiane, gosto dali. Então decidi juntar tudo e nasceu o nome. Foi o primeiro que surgiu e é daqueles nomes que vêm por inspiração. Aconteceu tudo naturalmente. A coleção não tem nenhum modelo que eu tenha desmanchado e dito não é isto que eu queria. A minha filha, a Clara, fez uma pesquisa na internet e viu muitas coisas que não tinham nada a ver com o que estamos a fazer, mas que serviram de inspiração.

Como escolhestes os fios?

LD: É impressionante, nós temos uma memória que nem imaginámos. Eu acho que é muito da minha infância, a minha mãe trabalhava muito com cordão, fazia muitas redes em cores cruas. Daí as que escolhi e também tenho muitas tonalidades diferentes, porque este verão é todo colorido. Há muito laranja e para as crianças o rosa e o azul. Escolhi as cores mais neutras que poderiam “dançar” livremente nesses tons mais vivos. Existem acessórios que gosto tanto, como a que aparece no logotipo, que já decidi que em todas as colecções vamos ter sempre essa peça. Uma ou duas que se vão eternizar.

 

sábado, 29 dezembro 2012 19:44

A fénix

A Cheyenne marcou toda uma geração de jovens portugueses que não prescindiam desta marca de calças de ganga. Após uma má gestão que culminou com a falência da empresa, esta conceituada marca nacional ressuscitou o ano passado, sob os auspícios de uma nova direcção, com uma nova imagem mais desempoeirada que aposta em duas vertentes: no vintage e na inovação.

Como é que se inova numa coleção da Cheyenne?

Débora Sarmento: Sou criativa na área de vestuário de marca Cheyenne, é a seção da qual sou responsável. Só não faço as calças ganças, estou encarregue de criar as malhas, tricots, as t-shirts e os casacos. Inovo através da utilização de materiais mais recentes, da cor, das novidades têxteis e nos tingimentos.

Esses materiais novos ondes vais busca-los? Onde começa a tua pesquisa?

DS: A pesquisa começa na “premier vision”, na feira de tendências e a partir daí também vou à procura de outro tipo de influências e materiais que posso inserir nas coleções.

Em média quantas peças desenhaste para a coleção de verão 2012?

DS: Duzentos modelos. Vou apostar em jardineiras com riscas e remendos, em denim, que é uma das novas tendências. O perfecto para senhoras, é um casaco tipo aviador que uma das imagens fortes de esta estação e ainda imensos vestidos com flores pequenas e grandes. Para homem, criei parkas, casacos a marinheiro e em estilo biker com nylons leves e pormenores fluorescentes. Nos tons em ambas as coleções usei os verdes menta, o sorvete e o morango. São frescas. Mantém-se os blocos de cores, por exemplo, o anil forte e azul elétrico. As tonalidades mais empoeiradas, como o índigo, as ferrugens, os pastéis, o roxo e o fúcsia.

O que escolheste para a nova estação que se avizinha?

DS: Para a estação de Outono-inverno de 2012/13 já vou criar tanto para mulher, como para o homem. As malhas serão confeccionadas de acordo com as cores das tendências. Escolhi em termos de tons os mostarda, o marinho, roxo e os laranjas porque é uma cor da Cheyenne. As malhas que escolhi incluem os jerseys, viscoses e um tecido de carbono para dar um ar mais de invernoso.

Qual é o novo público-alvo da marca em termos femininos?

DS: É uma mulher moderna, sofisticada, discreta, que gosta de sair á noite e de estar na moda. Como é uma marca de denim, tem um espírito vintage. Em termos de faixas etárias abrange desde os vinte até os 40 anos. Há peças para todas as ocasiões, não nos limitámos a uma visão que envolve apenas o casual wear.

Em termos masculinos como é que conceito se reflecte?

DS: A colecção de homem também reflete os temas que abordei anteriormente, com diversos pormenores nas camisas, nomeadamente, tapa-costuras, tecidos diferentes nos malhetes, nas carcelas, nos punhos para contrastar.

Desta colecção o que destacas mais?

DS: O seu espirito vintage. É uma onda que abarca o denim, com uma entidade urbana. A aposta numa coleção abrangente que pode ser usada por vários tipos de pessoas quer de dia, quer á noite. É Cheyenne, mas vai mais além. Tudo mudou, daí a aposta numa mudança.

Esta coleção de inverno já com o teu look e com uma nova gerência aposta nas lojas?

DS: Sim. As colecções estão á venda no outlet e uma das maiores apostas é a loja no Mar shopping, só com a marca Cheyenne. Outra que se mantém é a venda online, mas também comercializámos a colecção nas lojas multimarcas.

Como tem sido a recepção do público a esta nova Cheyenne?

DS: As pessoas ainda não notaram verdadeiramente. Muita gente vai à loja, porque se lembra da marca mais antiga, dos jeans. A marca continua a ter um bom nome e uma imagem muito forte.

A antiga marca exportava, actualmente tem algum cliente estrangeiro?

DS: Sim, continuámos a vender para França, Espanha e claro, o mercado nacional.

sábado, 29 dezembro 2012 19:42

Maria e os seus ovos

É um projecto de divulgação artística de vários artesãos portugueses e alguns europeus.

O site Maria Melow é um conceito que vai para além do blog que pretende mostrar os trabalhos idealizados por uma única pessoa. É um projecto artístico inovador que aposta na criatividade de vários artesãos em diferentes áreas que pretendem mostrar a sua produção distintiva. É um colectivo que alberga diversas artes que se auto-promovem, através da venda electrónica. O meu destaque vai para as lãs, embora estejamos na primavera, quero realçar os trabalhos de Victoria Picon que usa um tear tradicional para as suas criações de vestuário, são peças originais e de grande minuciosidade. A cerâmica popular é outra das apostas deste website pelo seu enorme colorido e qualidade. Os trabalhos de esferovite e as casinhas são duas “montras” de trabalhos muito divertidos para decorar os quartos das crianças. Mas, não os únicos ovos desta galinha, preta e muito global. Existe também artigos para os homens mais metrossexuais e decoração para a casa. Embora, não aprecie a imagem, compreendo a ideia de democraticidade que advém do animal escolhido como imagem da marca.

http://mariamellow.com/produtos/view/51

sábado, 29 dezembro 2012 19:39

Criar por encomenda

A confetil é uma marca têxtil portuguesa que aposta na inovação. Uma vertente tecnológica que vai ao encontro das necessidades do mercado internacional, já que os seus clientes são todos estrangeiros. A designer Carolina Sousa apresenta colecções onde introduz as novidades em termos de materiais e tendências e adapta-as as exigências dos seus clientes. Uma pesquisa de materiais e processos industriais que são transversais em toda a organização, tornando-a numa empresa muito competitiva no exigente mundo da moda.

Crias colecções que vendes às marcas. Como é que todo esse processo funciona?

Carolina Sousa: Sim, faço colecções para a empresa que tem vários clientes, crio uma por cada cliente, depois eles vêm ver as peças e escolhem o que pretendem. Muitas das peças não são compradas tal qual foram concebidas, algumas são modificadas, introduzo materiais de pesquisa que lhes podem interessar.

Mas, quantas peças de vestuário idealizam por empresa?

CS: Crio por norma em torno de vinte peças, mas de forma constante. Numa semana faço 10, depois mais outras dez, estou sempre em contacto com os clientes, crio várias colecções para outras marcas e fazemos um trabalho paralelo.

Quando crias as colecções tens em consideração as tendências da moda, ou apenas as peças que o cliente vende? Como é que funciona o processo criativo?

CS: Para a própria colecção da empresa tenho toda a liberdade criativa, faço o que gosto e logicamente tenho sempre colocar as tendências e as novidades tecnológicas do mercado, como por exemplo tingimentos novos. Quando crio peças de roupa para as marcas tenho em consideração o que eles pretendem, tento sempre corresponder nessa medida.

Afinal também vendem peças próprias?

CS: Não são necessariamente para vender, as peças são expostas no showroom e tem como objectivo mostrar as inovações, as novas malhas que produzimos. É material de pesquisa para os clientes, ou seja, eles usam esses materiais de diferentes formas consoante as suas necessidades e nós produzimos.

 

sábado, 29 dezembro 2012 19:34

O coração dos moonspell

É um álbum que quebra com o seu estilo de black metal e lança os alicerces para as novas sonoridades da banda.

Os Moonspell são a banda de gothic metal mais emblemática do nosso país. O álbum wolfheart foi uma estreia deste grupo num novo tipo de sonoridades, mais folk e metal, que consolidou o estatuto da banda no cenário nacional e internacional, já que foi um sucesso de vendas em 1995. As influências portuguesas são o mote deste disco, embora algumas das músicas sejam escritas e cantadas em inglês, quero destacar alguns do temas deste álbum.

Lua D’Inverno é um solo maravilhoso com flautas e guitarras. O ouvinte não detecta de imediato que este tipo de instrumentalidade musical provenha de uma banda de inspiração gótica, muito pelo contrário. É um tema belíssimo, para ouvir com atenção.

Ataegina, tem uma inspiração muito folk. O título é o nome de uma deusa pagã, de origem lusitana, associada à primavera. A letra retrata um universo negro, de uma divindade que recorre à vingança, à morte. Mas, também, ao renascimento da natureza, a noite pelo dia.

Trebaruna é um tema ainda mais curioso pela facto de ser tratar também de uma divindade lusitana. É mais bem um estado de espírito, já que a origem do seu nome remete-nos para a sabedoria do povo. A letra é um tributo a vida. É curioso que todo o escalonamento das músicas deste CD, são temas que nos encaminham para as origens mais profundas de um povo. Ao seu âmago, os seus primórdios. Antes mesmo da chegada da chamada civilização.

http://www.myspace.com/moonspell

http://pt-br.facebook.com/moonspellband

sábado, 29 dezembro 2012 19:35

Nanotecnologia tinge o mundo

Inovação no tingimento das peças de vestuário surge na Universidade do Minho.

Uma das grandes tendências actuais é a ecologia e a indústria esta cada vez mais atenta a este fenómeno social que tem vindo a crescer fruto das mudanças climatéricas e das mentalidades. É um tema global que nunca esteve tão de moda como agora. Mas, não se trata de apenas de um conceito passageiro. Os mercados exigem cada vez sérias mudanças nos paradigmas de consumo, mais do que isso, demandam por produtos que poluam e agridam menos o meio ambiente. Ao conjugar todos estes resultados o que obtemos? Nanotecnologia.

A indústria têxtil é um das mais poluidoras do planeta, devido aos processos de tingimento convencionais que requerem grandes quantidades de sal, energia e água e que no final ainda “brindam” com corantes os rios e os seus afluentes que impedem a propagação da luz essencial aos ecossistemas ribeirinhos. Tendo em conta tudo o que acabei de referir anteriormente, um grupo de jovens futuros cientistas equacionou a hipótese de criar um processo que permitisse tingir os tecidos sem poluir o ambiente e que gastasse menos recursos energéticos. O resultado é o nanogreen, uma microscópica partícula de sílica que não é absorvida pela pele humana, que se dissolve inocuamente na água, não poluindo os rios e mais isso, em termos de processamento industrial dispensa sal, água e energia. A ideia nasceu na Universidade do Minho, liderada pelo professor catedrático em engenharia têxtil, Jaime Gomes e a sua equipa de jovens investigadores que com esta inovação pretendem mudar o paradigma mundial da indústria do tingimento. Várias marcas internacionais atentas a estas novas tecnologias já mostraram estar interessados nos resultados desta investigação, já que, os clientes não se limitam a exigir uma etiqueta a dizer amigo do ambiente, pretendem práticas de facto sustentáveis em prol ecossistema global e acima de tudo por motivos meramente económicos, a poupança é substancial quando comparada com o processo convencional de tingimento. Pense assim, quando olhar para qualquer peça de vestuário no seu armário, imagine por detrás dessa cor está uma ideia portuguesa. Ah, e o ambiente agradece!

http://www.ecoticket.pt/

sábado, 29 dezembro 2012 19:32

A lenda da gravata

É uma compilação histórica e resumida sobre uma peça de vestuário fundamental para os homens.

O uso generalizado pelo sexo masculino da gravata resulta da vaidade de um francês, Luís XIV, o rei sol. O monarca segundo reza a lenda, gostou muito do efeito de uma tira de cambraia branca usada pelos militares croatas que estavam acampados nos arredores de Paris. Um encantamento que o levou a ordenar ao seu alfaiate real que copiasse e a adapta-se aos seus uniformes mais requintados. A “inovação” foi tão apreciada pelos franceses, que a moda pegou e durante os séculos seguintes esta peça de vestuário sofreu variações que implicaram o uso de diversos tipos de nó e nas matérias-primas utilizadas na sua confecção. No final do século XVIII, a gravata ganhou contornos de verdadeiro culto, que implicavam processos complexos de voltas e reviravoltas, que exigia a perícia de um criado para o efeito. Existe mesmo a história curiosa de Beau Brummel, o maior dandy da cidade de Londres, que necessitava de um ritual de cinco horas, sim leram bem, cinco longas horas seguidas, perante uma audiência escolhida a dedo que assistia deliciada e fascinada a todo um trabalho de nós complexos que implicava a colocação de uma única gravata. Ufff!!

Curiosamente, na segunda metade do século XIX, em pleno movimento industrial que revoluciona a indústria têxtil, aparece uma gravata mais funcional, mais longa e mais estreita, apelidada de “regata”. Esta inovação torna-se imortal e continua a ser a base das gravatas actuais.  Em 1926, Jesse Langsdorf,  um inventor nova iorquino, teve a ideia de cortar a gravata a partir de um tecido em diagonal e de a realizar em três partes. Desde então, nasce a gravata moderna, mais elástica e prática. Mas, nem sempre esta peça de indumentária foi fundamental no ármario masculino. Se bem se recordam dos anos 60, do movimento do flower power, nos EUA, a gravata também foi banida. Não sei se chegou ao ponto de ser queimada, mas deixou de constar da indumentária masculina por uns tempos. No final dos anos setenta voltou em força e os anos 80 consagraram definitivamente esta peça vestuário. Actualmente, qualquer homem tem uma ou mais no seu armário, é mesmo uma peça de vestuário indispensável no mundo actual. E pensar que tudo começou por causa da vaidade de um rei. Um acto de futilidade. Quem diria.

 

http://www.bonscursos.com/administracao/admvendas/2121-nogravata.pdf

sábado, 29 dezembro 2012 19:26

Com fogo na alma

O reggae para os “souls of fire” é uma filosofia de vida. Um estado de consciência que promove a serenidade, a alegria e o respeito pelos outros. Ao longo destes dez anos de existência, esta banda de influência jamaicana procurou passar essa mensagem em inglês, mas também em português. Uma dualidade que os acompanha desde sempre, como nos referiu um dos fundadores do grupo, Romano Santos.

Foi difícil ter uma banda jamaicana em Portugal?

Romano Santos: Foi, sim, porque o reggae não era conhecido e não era muito bem aceite no mercado. Já existiam algumas bandas, mas nós éramos brancos e isso tornou o nosso percurso mais difícil. Com o tempo o cenário musical abriu-se mais e agora já somos conhecidos.

Notas diferenças pelo facto da banda estar sediada no Porto e não em Lisboa?

RS: Sim, é mais fácil em Lisboa. Primeiro, é a capital. Segundo, está tudo relacionado com uma cultura musical que apoia mais os músicos e não é preciso de estar á procura de profissionais, porque o mercado lá é enorme.

Quando lançaram o vosso primeiro álbum, “souls of fire-comunicar”, há quase dez anos atrás, ficastes com a impressão que podias ter feito melhor, que poderiam ter melhorado alguns aspectos?

RS: Sim, depois de gravar tudo, claro que uma pessoa se debate com essas questões, podias ter feito isto assim, alterado este som ali, mas é um estado de evolução. Em termos de concertos, houve muitos depois de o álbum ter sido editado, as vendas não foram significativas. Os jovens não compram os CD preferem “sacar” da Net, verifico que as pessoas com mis de 30 anos são as únicas que se preocupam em comprar o produto. Há muita pirataria.

Tendo esse aspecto em consideração, vocês como banda procuram promover-se através das novas tecnologias?

RS: Sim, temos uma página oficial na internet, que procuramos actualizar. Temos páginas no facebook e twitter. No nosso site podem fazer alguns downloads.

Qual é o balanço que fazes deste quase dez anos de “souls of fire”? Ou se achas que ainda há muito por fazer?

RS: Existe muita coisa ainda por melhorar. Temos mais maturidade, lógico. Os temas são diferentes, falam do quotidiano, do trabalho, da relação com a vida, com o mundo global que nos rodeia. O reggae tem essa história toda, não só da Jamaica, mas também de África, onde tem as suas raízes musicais. Tentamos seguir essa doutrina.

Foi fácil para o público aceitar reggae cantado em português?

RS: Foi. É mais fácil “apanhar” o público cantando em português. Se bem que, gostam de ouvir temas em inglês. Nós temos essa dualidade. A banda, por outro lado, ganha com a mistura que surge dos próprios elementos do grupo, uns fazem surf e bodyboard, outros tem uma perspectiva mais urbana porque vivem na cidade. Essa diversidade deu frutos em termos musicais, porque cada um tem os seus gostos, mas estamos unidos por um elo comum que é o reggae. Gravamos até este momento três álbuns, estivemos recentemente na queima das fitas e vamos até o sudoeste.

Qual é a próxima etapa?

RS: Nas bandas há sempre transformações, neste momento como lançamos um IP, chegámos a uma etapa em que como formação temos que festejar estes dez anos. Uma comemoração para assinalar a efeméride. Procurar alguns excertos, escrever músicas novas, convidar artistas portugueses e não só de outras sonoridades para participar e fazer uma boa digressão e em alguns países da UE.

Quanto aos festivais, eles são importantes em que medida?

RS: Cativam um público novo. Neste momento, estamos virados para as novas gerações, pretendemos mostrar som de raiz e não aquele tipo de música que facilmente se esquece. É importante também, porque o nosso público tem a oportunidade de ver-nos ao vivo.

Os aspectos mais negativos?

RS: A violência e os roubos. Nestes festivais há cada vez mais gente que assiste aos concertos e propícia este tipo de incidentes. A droga também é outro dos problemas. Contudo, há mais aspectos positivos que negativos. Estamos a falar cultura musical. O púbico querer ouvir sonoridades e trabalhos novos. Assistir ao espectáculo de artistas mais conhecidos e tudo isso conta para engrandecer o evento em si.

O que achas do panorama musical no nosso país? Para jovens que começam?

RS: Têm que se esforçar muito. Não diria no mercado, mas em sintonia com o mundo. Estou a falar em termos de educação musical, ela é necessária e é preciso partilhar música.

http://www.youtube.com/watch?v=FW2urwIs8mc&feature=related

http://www.facebook.com/pages/Souls-of-Fire/194602993890134?sk=photos

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