Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

sábado, 29 dezembro 2012 18:34

As medusas

São o calçado por excelência do verão. Há modelos em todas as cores e para todos os gostos.

As sandálias de plásticos só apareceram depois da segunda guerra mundial, por motivos óbvios, havia uma grande escassez de matéria-prima, em especial de couro. Surgiram então os primeiros modelos manufacturados por um senhor, chamado Jean Dauphant, em 1946. Segundo reza a lenda, a sua criação foi inspirada nas sandálias dos pescadores locais, que reproduziu na sua fábrica de plásticos em Les Sarraix, Auvergne. Os sarraiziene foram desenvolvidos para a prática e lazer marítimo, ou seja, o facto de serem de plástico, flexíveis e sem palmilhas, tornou-as perfeitas para caminhar junto ao mar sem se danificarem. Lembram-se quando as nossas mães compravam estas sandálias para andarmos pelas pedras, sem nos ferir? Creio que fazem parte das recordações de infância de muitas meninas, que como eu as associavam ao verão, as férias e a praia. Bem, passados 64 anos desse acontecimento, as sandálias de plásticos que entretanto caíram em desuso e foram consideradas até pirosas por muitos, voltaram este ano às luzes da ribalta, mas como ícone da moda nas passarelas internacionais. Os estilistas lançam para o mercado vários modelos que fizeram furor nas lojas, mais concretamente junto do público feminino. O modelo tradicional, denominado de medusa, feitas de plástico transparente, apesar das vicissitudes, mantém-se tão actuais como nos anos 40. Actualmente, há cores para todos os gostos, todos os feitios de pés e as mães continuam a achar prático, acessível e muito fashion este tipo de calçado para os mais pequenos no verão. E contra factos, não há argumentos.

sábado, 29 dezembro 2012 18:33

A moda e a idade

São meras guias para adequar a sua personalidade e o seu vestuário a sua idade.

Ser original ou andar na moda ? Arriscar ou esperar ? Inveja é falta de criatividade ou uma vontade de estar no seu lugar ?  Este é um dos desafios que se colocam para quem se quiser debruçar sobre esta questão que à primeira vista aparenta ser um tanto quanto fútil, mas não é.  É necessário saber usar o vestuário adequado na idade certa, e é esta dicotomia que vamos abordar.

Na adolescência, as jovens podem basicamente usar e abusar de todo o tipo de peças, desde os estampados, aos lisos, aos muitos coloridos, ou apenas monocromáticos. Um vestuário que pode abrangir as mini-saias que nestas idades(14-19 anos) ficam sempre bem até as famosas calças de ganga que são transversais para todas as idades.

Aos vinte anos, as mulheres procuram criar uma imagem de marca e de estilo individual que as distancie das restantes. É uma fase de adaptação as formas do corpo. Elas procuram evidenciar esta mundaça com roupas sensuais e ultra-femininas e exalam sensualidade. Os  vestido curtos, os saltos altos e as roupas mais justas compõe a imagem de menina-mulher, atenta as tendencias de moda e nesta fase muitos erros são cometidos, basta dar uma espreitadela aos álbuns de família. Descobrem ainda, a maquilhagem que acentua o ar drámatico do conjunto.

Aos 30 anos, é o período da maturidade, ultrapassadas as inseguranças do passado, elas já sabem o que lhes fica bem. Procuram no vestuario uma forma de evidenciar as suas melhores caracteristicas e disfarçar as pequenas imperfeções que surgem naturalmente no nosso corpo. Neste fase, já não se deve vestir qualquer tipo de peça. O comprimento das saias é uma questão a ter em conta, embora, haja vestidos curtos deliciosos que só contribuem para realçar as pernas em grande forma.

Aos 40 anos, é a fase da independência. É quando supostamente as mulheres atingem o seu auge sexual, mas contrariamente ao esperado, algumas perante alguns sinais de envelhecimento, tentam combater o tempo com uma imagem demasiado jovial. Errado.  Uma mulher de uma certa maturidade não pode competir com uma jovem de vinte anos. As nossas armas são outras. O vestuário é disso reflexo. Usar decotes profundos para chamar á atenção pode passar a imagem de vulgaridade. A aposta é claramente em peças com corte impecável e sim, decotes mas, mais discretos. As mini-saias  e os calções muito curtos devem ser evitados a todo o custo, por melhores que o seu par de pernas sejam. Eu sei que a Tina Turner tinha já quase cinquenta e tudo lhe ficava a matar, mas é uma grande excepção e lembrem-se era uma visual adequado para os espectáculo, fazia parte da sua imagem como artista em palco.

Aos 50 anos, há uma clara mudança nos corpos e a maioria chega a menopausa. São os sinais do tempo que devem ser encarados com naturalidade, por isso deve-se ter um vestuario mais retro, ou seja, peças que não acentuem a silhueta. Não falo de roupas que parecem sacos, mas sim mais largas na cintura, túnicas. por exemplo. São bonitas, ficam sempre bem e não apertam. Aposte também nos acessórios para compor o seu look. Neste período da nossas vidas, a palavra de ordem para a maioria é conforto, especialmente no calçado, contudo, existem modelos de sapatos no mercado, com saltos que eu denomino de meio-termo, nem muito altos, nem demasiado baixos, que ajudam a compor uma imagem de sofisticação que se deseja nestas idades.

sábado, 29 dezembro 2012 18:32

A revolução de mary

Foi na América que o primeiro soutien foi patenteado. Passados quase 100 cem anos, é uma peça fundamental do vestuário feminino, contudo, há mulheres que ainda não sabem usar o modelo correcto.

O primeiro soutien a ser patenteado foi nos EUA e pasme-se, foi obra de uma mulher chamada, Mary Shelby Jacob a quem coube essa honra no ano de 1914. Cansada de espartilhos que lhe esmagam os seios, impondo-lhe um desconforto sufocante, com a ajuda de uma criada, uniu dois lenços de bolso atados com uma fita cor-de-rosa e um cordão. Tinha ela 18 anos. Infelizmente, por falta de imaginação, ou mesmo pouca sorte, as vendas da sua invenção nunca foram expressivas, daí que acabou por vender a patente por 1,550 dólares a Warner Bros Corset Company. Esta empresa por sua vez transformou o soutien num sucesso de vendas sem paralelo. Até hoje é assim. Desde era da industrialização que esta peça intima tornou-se obrigatória em qualquer guarda-roupa feminino. É essencial para o conforto e suporte dos seios. É evidente que esta invenção com quase cem anos, 97 para ser mais precisa, foi alvo de alterações e modificações até o formato actual em várias cores e tecidos. E se nos anos 60 algumas feministas mais exacerbadas queimaram os seus soutiens que diziam ser um símbolo de opressão masculina, actualmente encara-se o soutien como uma peça de sedução feminina.

Em Portugal, segundo um inquérito levado á cabo pela Dama de Copas, em 2009, elas claramente preferem os sutiãs lisos em detrimento dos de renda. Somos bastantes práticas na hora da compra, tanto é assim que, que no momento de escolher o factor mais importante a ter em consideração é o preço. As cores preferidas pelas portuguesas são o branco preto, branco e cor de pele, porque combinam com a maioria do vestuário. As cores mais ousadas, como o roxo, vermelho, amarelo e verde são as menos apreciadas para lingerie. Elas escolhem soutiens com aros, multiusos e almofadados. Os estilos menos apreciados são o full-cup e o soutien de conforto (sem aros). Curiosamente, apesar de ter sido inventada por uma mulher, a grande maioria usa os números inadequados. Cerca de 75% das inquiridas, não sabe ao certo a sua copa e na maior parte dos casos é incorrecto para o seu tipo de seio. O que vai ao encontro da grande insatisfação da maioria das mulheres que atribuem á gravidez e a gravidade o facto de terem um peito muito feio. Uma ideia pré-concebida fruto de más escolhas! A Dama de Copas é um pequeno negócio empreendido por duas mulheres que pretendem acabar com alguns mitos erróneos sobre o soutien, acima de tudo elas vão ensina-la a usar a peça mais adequada para o seu corpo. E as diferenças podem ser avassaladoras, basta que dê uma espreitadela ao site e aproveite as dicas que elas veiculam para a compra de um soutien correcto. Se preferir pode fazer um bra fiting na própria loja. Vá lá experimente, vai ver que não dói nada! No final ainda comete uma loucura e compra um conjunto vermelho muito sexy.

http://damadecopas.pt/categoria/o-soutien-perfeito/

sábado, 29 dezembro 2012 18:31

Tendências musicais

O design desde sempre esteve associado ao mundo artístico. É uma aliança ainda mais expressiva no mundo das artistas femininas

A moda e a música andam de mãos dadas desde que esta expressão artística necessita de pisar os palcos. Podemos chama-la mesmo de simbiose, porque beneficia ambas as partes. Fazendo um recuo no tempo, as divas da altura, as cantoras de óperas, como Maria Callas sempre souberam que a imagem é importante. Não se descura nenhum pormenor na hora de criar o look da artista, o que ela representa e forma como será interpretada. É desta matéria que se criam os mitos. Um universo ainda mais pungente nas artistas femininas que não se limitam a interpretar apenas a música, elas são uma personagem artística que se apresenta perante um público e é nesse mundo do faz de conta em que o designer melhor se move. Analisemos o caso da Sónia Tavares, a sua imagem iconográfica no Amália hoje, idealizada pelos Storytailors. Esta dupla foi responsável por todo o guarda-roupa da cantora na digressão da banda. Um conceito que pode parecer um tanto quanto fútil, mas não é. É uma questão de identidade, de impressão digital. Serve para demarcar a imagem subjacente da tournée. A ideia de Amália, a cantora, a diva, estava na cor negra de alguns vestidos e o da portugalidade nos vermelhos vivos, nos corações enormes. O mesmo processo ocorre no sentido inverso. A música influencia os estilistas nas suas colecções desde que o mundo necessita de ser visto para existir. São por mais conhecidos os modelos provocantes da banda feminina dos anos 80, as doces, que inspiraram muitas peças de vestuário que foram usadas pelas jovens adolescentes da altura.

sábado, 29 dezembro 2012 17:16

O verão do nosso contentamento

O paradigma da beleza no século XXI está a mudar. Um processo que é importante para as marcas já que as mulheres são elementos essenciais nas decisões de compra.

Há uma época do ano em que as mulheres no geral sofrem por antecipação, só de pensar nos olhares perscrutadores e críticos das outras criaturas da mesma espécie, esse período é o verão. É o pesadelo anual do sexo feminino que não possui o corpo da Gisele Bundchen. A eterna dúvida, o que me fica menos mal, o fato de banho completo, ou o biquíni? Como eliminar a celulite em menos de um mês? E as estrias como disfarça-las? As varizes? Tudo questões que não são motivo de muita preocupação no inverno por motivos óbvios. Então como lidamos com essa situação? Pouco antes da época balnear iniciamos um ciclo de compras compulsivas de cremes e pílulas milagrosas que irão resolver supostamente, em tempo recorde, estas pequenas imperfeições. É curioso como as indústrias ligadas á beleza feminina lucram milhões essencialmente à custa das nossas inseguranças. Reflicta sobre isto. Quantos cremes anti-celulite adquiriram ao longo da sua vida adulta, que pouco ou nenhum resultado ficou patentemente demonstrado na sua pele? Inúmeros, eu sei. Também fiz o mesmo, até dar-me de conta da sua ineficácia e não precisei de ver o programa do Doutor Oz para confirmar este facto científico, bastou olhar para alguns pontos das minhas pernas que persistiam em manter-se com o tal famosa efeito pele de laranja. Isto sem falar dos restantes métodos mais radicais que prometem a perda do excesso de peso quase imediato acumulado durante o ano. Fora os tratamentos de beleza caríssimos que prometem reafirmar a sua pele em poucos dias. Então porque nos sujeitamos, se inconscientemente temos a noção dos fracos resultados?

Porque a beleza estética teve sempre um papel primordial no sucesso da espécie. Mais, ainda no caso das mulheres. Ao longo dos séculos, o papel do sexo feminino no contexto social foi sempre relegado para um plano inferior. Fomos vistas como um meio de propagação da espécie, ou como mero objecto sexual do homem. Neste panorama desigual, as mulheres acabaram por se impor através dos cânones vigentes de beleza das suas respectivas épocas, algumas das quais de uma crueldade sem precedentes. Basta recordar o corpete que durante séculos, matou, sim matou e deformou milhares de mulheres que pretendiam obter a tão desejada cintura fina. Se reflectirem um pouco e para tal basta dar uma espreitadela á história, muitos destes preceitos de beleza estética foram criados pelos homens com o objectivo de manter as mulheres presas no domínio do lar. Para ilustrar esta afirmação, recordo, o fetiche dos chineses pelos pés pequenos, um acto barbárico que durante séculos deformou as jovens chinesas de forma permanente e que as impedia de andar.

sábado, 29 dezembro 2012 17:14

A história da saia

O verão é propício a um maior uso desta peça fundamental de qualquer armário feminino.

As saias crê-se que tenham tido a sua origem na mulher primitiva, que usava um sobra de pele de caça enrolada á volta da cintura. Isto no período mesolítico. Na antiguidade, na Suméria, 3000 anos antes de Cristo, surgem estátuas com peças que se assemelham já ao formato de uma saia, como actualmente o concebemos. A ideia acaba por se expandir e ser adoptada pelas restantes civilizações. Na idade média curiosamente, com o aparecimento de uma nova peça feminina, o corpete, o parente mais longínquo do espartilho, a saia aparece como um complemento longo, com pregas, que visavam sobretudo tapar as pernas, e em particular os tornozelos, uma das zonas mais erógenas da época. Fruto proibido é sempre  apetecido. Nos séculos seguintes, as saias eram ricamente bordadas e até tinham caudas. É evidente que as de maior comprimento e de tecidos mais finos eram apenas acessíveis as damas da nobreza. Com inicio da revolução industrial e o aparecimento de uma nova classe social, a burguesia, era necessário criar um vestuário que identifica-se este novo grupo. Assim estas peças femininas, foram substituídas pelo panier, que aumentava lateralmente chegando mesmo aos dois metros de largura, sobre esta armação era colocada a anágua e por fim a saia. No século XIX, como se não baste-se o uso do espartilho para tornar a cintura mais fina, a saia finalmente encolhe uns centímetros e a mulher pode-se afirmar liberada. Contudo, aparece um artefacto que faz lembrar a cauda de um insecto, denominado de anquinha que permitia realçar a zona mais erógena na altura do corpo feminino. O próprio nome denuncia um pouco a área da anatomia a que se refere. Os joelhos só aparecem em inicio do século vinte, nos anos vinte, e aí sim se pode falar de uma silhueta fluida, já não se usam os espartilhos, nem outros subprodutos que visavam alterar o corpo feminino. Só nos anos 60, acontece a verdadeira revolução, a minissaia de Mary Quant. Foi o romper com todo o tipo de convenções e estereótipos que culminou com a queima dos soutiens, vistos como uma peça da opressão feminina. Os homens é que ficaram sem dúvida a ganhar neste processo todo, porque desde então, os vários tipos de comprimentos mudam consoante as tendências, ou o gosto das mulheres. O mais curioso deste pequeno apanhado é tentar compreender, o porque das mulheres ao longo dos séculos se sujeitarem voluntariamente, e continuarem a faze-lo sob outras formas, a contrariar a todo o custo a sua natureza e alterar a todo o custo seu aspecto físico, sujeitando-se aos mais terríveis tratamentos.

sábado, 29 dezembro 2012 17:09

O mundo gótico

A moda vai sempre buscar muita da sua inspiração às tribos urbanas, por isso o movimento gótico irá marcar as tendências para esta estação Outono-Inverno de 2011.

O gótico apesar das aparências não é apenas um movimento de pessoas  que se vestem de preto, alimentando um desejo de morte, ou almejando pelo lado mais negro da sua existência. É uma subcultura na essência, como referido por Milena Monteiro, na sua monografia “moda e espaços urbanos”, “é uma nova visão de mundo que estava sendo formada no início dos anos 80. Eles já não sonham com um mundo melhor, este já está perdido, é um sentimento de desesperança, de introspecção que toma conta de uma geração. O jovem do ano de 1980 possui atrelada a esta visão, uma sensação de resignação que chega substituindo todo sentimento revolucionário que se perde com os punks. Assim, pode dizer-se que os góticos herdaram sentimentos e estilos. E através de esta herança analisamos o que poderia haver de comum entre um apreciador do estilo medieval e um moicano, mesmo apreciando músicas de estilos diferentes, ambos são góticos”.  Para sublinhar essa diferença, marcar esse estilo, a indumentária sempre teve um papel relevante no que concerne as tribos urbanas e para os góticos este aspecto tem muito peso na formação da sua identidade. “Eles aceitam uma grande variedade de visuais. Casacos, espartilhos, roupas de estilo vitoriano, olhos e lábios maquilhados com cores sombrias e peças como crucifixos, pentagramas e anks (cruzes egípcias que representam a vida após a morte). São objetos que integram as culturas pagãs. Geralmente usam peças de cores escuras para alcançar um efeito mais drámatico. Por isso o preto é o mais utilizado”, como sublinha a estudiosa. Embora o gótico ainda não seja muito aceite pela sociedade em geral, mas tolerado, o facto é que o movimento tem influenciado as tendências de moda ciclicamente. Os designers inspiram-se neste idioma visual muito definido que transpõem, com o seu próprio cunho, para as passereles nacionais e internacionais.  Esta estação Outuno-Inverno é disso exemplo. Desde a maquilhagem carregada e drámatica, às peças de corte impecável com cores escuras até aos acessórios mais emblemáticos vão inundar o mercado este ano.

http://pt.scribd.com/doc/59691257/Monografia-Moda-e-Espacos-Urbanos-Estampas-Goticas-Criadas-a-Partir-de-Pisos-Das-Igrejas-Do-Recife-e-Aplicadas-Em-Corset

sábado, 29 dezembro 2012 17:08

Um atêlie ao meu gosto

Os acessórios são um dos pratos fortes desta estação. Se ainda não encontrou o que procura, faço-lhe uma sugestão.

O ateliê ao meu gosto é mais uma das propostas que tenho para este verão. As criações de Helena Teixeira são o espelho das tendências românticas deste ano. Ela aposta em tecidos cheios de cores vivas, como imensos padrões florais, onde habitam vários pormenores como a própria refere, e que estão muito na moda. Dou particular ênfase, as clutches da colecção diva, nome aliás muito do apropriado, são simplesmente maravilhosas e muito retro, pelo festival de tons desbragado em vários formatos. Se for uma mulher XL, também existem modelos feitos em tecidos com inspirações étnicas, a escolha será talvez o mais difícil. Os porta-moedas e os porta-lápis são outra das delícias visuais desta criadora, pela inusitada escolha de padrões e tons que se contrapõem, para tal, basta abrir as bolsas. Uma das peças que mais suscitou a minha curiosidade e admiração pela positiva, foram…e pasme-se os babetes. É verdade. São diferentes de tudo o que já vi. Fazem um presente inesperado para uma futura mama. Aliás, a fonte de inspiração foram as filhas da criadora.

http://atelieraomeugosto.blogspot.com/

sábado, 29 dezembro 2012 17:07

O figurino do balas

O guarda-roupa é uma das áreas mais importantes de um filme. A pré-produção do “balas e bolinhos” em termos de recolha de vestuário durou quase um mês, entre visitas a lojas de segunda mão e armários pessoais. Um trabalho minucioso encetado pela figurinista Joana Veloso.

Como elaborastes o guarda-roupa para este filme?

Joana Veloso: O guarda-roupa deste filme teve como objectivo individualizar cada uma das personagens. Os quatro tem estilos muito próprios de vestir e tendo em conta as características deste filme tentamos adaptar, como aliás fizemos nos anteriores. Criamos uma imagem de marca de cada um deles. Quanto ao resto há muitos figurantes e muitas novas personagens que tiveram de ser pensadas em termos de vestuário.

Como é feita a escolha para cada um desses grupos?

JV: Para os que tem falas tenho um guarda-roupa já definido, consoante cada papel que irão desempenhar nas filmagens. Neste cenário em particular, como se trata de um acampamento tive que adaptar muito, porque não conhecia as pessoas e tive de improvisar. Escolhi o máximo de roupas mediante uma pesquisa de imagens de ciganos e escolhi as peças de modo a fazer um conjunto engraçado.

Onde vais buscar as roupas?

JV: Vou sobretudo a lojas de segunda mão, da minha casa e peço as pessoas para trazer também. Dá para adaptar com um cinto ou um acessório e inventar muita coisa.

Como chegastes aqui?

JV: Eu trabalho muito em teatro e já tive algumas experiências em cinema. Eles souberam do meu trabalho e contactaram-me.

Qual é a diferença entre pensar um guarda-roupa para o balas e o teatro?

JV: Os figurinos dependem de cada companhia, cada encenador e do conceito. Em teatro podemos brincar muito mais, porque ao longe em palco tudo é diferente. Podemos trabalhar com texturas, com as luzes de palco e em profundidade. Aqui, no cinema é mais real, adaptamos tudo, porque o filme assim o exige, sem ridicularizar nenhuma das personagens.

Qual é dos personagens aquele que é o mais desafiante para ti?

JV: É o rato sem dúvida. É uma linha muito ténue. Não podemos ridicularizar demais este personagem. Ele tem uma imagem engraçada. Estou a ultrapassar sempre essa fronteira, porque acabo por exagerar e noto que é muito, demasiado até, daí o desafio.

sábado, 29 dezembro 2012 17:04

O lobo ibérico


É uma espécie protegida, embora não reúna as simpatias da população portuguesa. O canis lupis signatus, nome científico, é um dos animais mais incompreendidos do nosso país.

As populações de lobo ibérico continuam a diminuir no nosso território, embora sejam protegidos por lei. Segundo dados nacionais, existem apenas entre 1600 a 1700 indivíduos desta espécie. Um decréscimo que é atribuído a vários factores, entre eles, a escassez das suas presas naturais, alguns herbívoros que tem vindo a desaparecer progressivamente das nossas florestas, devido à pressão cinegética exercida sobre estes animais. A destruição do habitat natural destes canídeos é outro dos pontos a ter em consideração, devido à pressão humana, à desflorestação e aos incêndios, os canis lúpus signatus foram desaparecendo, recuando para áreas com maior densidade florestal. Mas, o motivo que pesa ainda mais nesta equação é a perseguição e caça ilegal destes animais por parte das populações. Embora, o enquadramento legal preveja a criação de áreas protegidas para evitar o confronto com as pessoas, nomeadamente no Parque Natural de Montesino, além de coimas pesadas em caso de abate, o facto é que o lobo é o bode expiatório há várias gerações de uma série de maleitas que lhe são directamente atribuídas. Daí o medo e ódio.

Nas aldeias mais profundas de Portugal contavam-se lendas e histórias sobre este canídeo que encarna o mal, “o animal cruel de poderes malévolos, cuja simples observação ou audição poderia acarretar consequências terríveis como paralisia do corpo, a possessão por espíritos obscuros ou a atracção hedionda pelas forças ocultas da lua”, como refere o estudo “o lobo ibérico em Portugal”, realizado por A.M. Nunes. Crenças infundadas que levaram quase ao extermínio destes especímenes no nosso país, daí a necessidade de desmistificar essas ideias erróneas e pré-concebidas.

O lobo ibérico caça por norma só, mas vive em alcateias com o máximo de cinco indivíduos no Inverno e dez no Verão, um número acrescido pelo nascimento das crias. Por norma alimenta-se de herbívoros selvagens, cervídeos, ou seja, veados, corsos e também javalis que deambulam pela floresta. São animais noctívagos, período em que são mais activos. Ao contrário de muitos dos seus congéneres são mais pequenos, medindo 131 centímetros e pesando no máximo 30 quilos. Não são perigosos para o homem, pelo contrário, evitam até o contacto, devido aos factores acima descritos, os lobos ibéricos caçam animais domésticos fruto da escassez das suas presas preferidas. Contudo, uma ressalva, muitas das mutilações no gado que se verificam em determinadas zonas rurais, é provocada por matilhas de cães de caça abandonados e atribuídas erroneamente aos lobos. Lembre-se: o melhor amigo do homem, o seu cão é descendente destas animais selvagens. Por isso, mais tolerância, por favor.

http://www.bragancanet.pt/patrimonio/faunalobo.htm

http://www.signatus.org/docs/lobo_portugal.pdf

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