Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

sábado, 29 dezembro 2012 16:37

O riso da Cagarra


Esta ave migratória foi escolhida como ave do ano de 2011 pela SPEA, uma distinção que visa alertar para a diminuição drástica deste especímen no nosso planeta.

A cagarra pode ser reconhecida pelo dorso castanho, barriga branca e bico amarelo, mas  o que o distingue verdadeiramente das outras aves é o chamamento estridente que mais parece o riso de uma hiena que engoliu uma mesa de misturas, é a melhor forma que tenho para descrever o som que reproduzem. Parece brincadeira mas, não é. Só ouvindo se tem a percepção de quão diferente é,  já que em nada se parece com o trino de um pássaro. Se duvidam da minha palavra,  basta que ouçam o seu “chamado” e avaliem por si próprios, através do link da Sociedade Portuguesa de Estudo das Aves que se encontra no final deste texto. Continuando.

Esta ave percorre grandes distâncias, ao ponto de passar a maior parte da sua vida voando sobre os oceanos de água temperada e fria. O único período da sua existência em que de facto passam mais tempo em terra é quando decidem nidificar.  Todos os anos as cagarras  escolhem o mesmo parceiro e põe os ovos  na mesma ilha ou rochedo onde se reproduziram pela primeira vez, o que gera uma grande concentração destas aves migratória. Agora imaginem centenas delas  a “gritar” ao mesmo tempo.

O território português é um dos seus locais preferidos para este efeito, nomeadamente, nas ilhas Desertas localizadas no Arquipélago da Madeira, as Berlengas e em grandes números nos Açores.  Estas aves migratórias chegam aos locais de postura durante o mês de Março onde constroem os seus ninhos numa espécie de toca que é visitada pelos progenitores apenas durante a noite. As criam nascem em Maio e abandonam o ninho em Outubro, sendo o seu instinto animal a ditar a partida para o alto mar.

A distinção da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves veio no sentido de alertar para a diminuição dramática deste especímen, devido a interferência humana e a poluição crescente dos Oceanos, já que estas aves se alimentam exclusivamente de peixes e cefalópedes.

http://www.spea.pt/pt/participar/campanhas/ave-do-ano-2011/

sábado, 29 dezembro 2012 16:36

Com peso e medida

A moda dita medidas perfeitas para as mulheres. Um protótipo de silhueta inalcansável para a grande maioria que vêem as suas curvas como alvos a abater e propagam a frustração e baixa auto-estima feminina.

Quantas de nós já entramos numa loja para experimentar uma peça de vestuário e na maioria dos casos nem sequer existe o nosso número? Onde encontrar calças de ganga, ou melhor, aqueles jeans que simplesmente nos fica bem, sem apertar imenso nas ancas, ou com a cintura muito larga, ou com os benditas folgas laterais, ou pior que nos caem a direito e parece que nem curvas temos? Porque depois de experimentar mais de dez modelitos e de muitas horas de frustração decidimos comprar do mal o menor? Isto sem falar das botas que para a maioria das comuns mortais com bíceps mais salientes nas pernas, estão definitivamente fora de coagitação, e não estou a falar apenas de botas em pele, até as galochas muito na moda este ano carecem de espaço para as pernas mais redondinhas. Então que mundo é este onde só é aceitável vestir o número 34? É a tirania dos designers de moda, da própria indústria têxtil e das hordas de mulheres inconscientes que os seguem sem pensar nas consequências. É verdade, os empresários também têm muita culpa. E vou passar a explicar.

Querem saber porque não há botas para todas as pernas, e nem sequer venham com a desculpa do estar gorda, porque o objectivo nas fábricas é produzir mais com menos matéria-prima possível. Sigam o raciocínio, o couro que é usado na indústria do calçado é precioso, porque é caro e como tal tem de ser bem aproveitado. Para chegar até os consumidores, existem várias fases da produção que tem de ser o mais eficiente possível em termos de custo. E neste processo o aproveitamento dos materiais é potenciado ao máximo, por isso, de um bocado de couro tem de ser cortadas várias tiras para as famosas botas que você tanto gosta. Ora, para aproveitar o mais possível é necessário ter em conta os tamanhos e eis o busílis da questão, quanto maior for o diâmetro ocupado pela perna, maior é custo de produção final. Ou seja, quanto maior é a área, menos tiras se podem cortar de um único pedaço de couro, e isso implica mais fio que se gasta para coze-las, solas maiores que se tem de aplicar e se um operário em média cose, vamos supor, 15 botas número 36 numa hora, irá fazer menos se forem tamanho 42, porque há mais para coser no mesmo espaço de tempo. Percebem?

O mesmo acontece com os têxteis, porque acha que há tantos tamanhos pequenos no mercado? Porque de uma única tira de tecidos são cortadas várias peças 36, e desse mesmo metro de pano apenas se podem cortar algum tamanho 44. O empresário rentabiliza assim o seu produto, porque fazem mais por menos e com maior lucro. Os chamados tamanhos standards. O irónico é que os tecidos ao contrário do que se pensa são mais baratos neste momento, porque são produzidos na China. Curioso, não é? Mas, o preço final é o mesmo. E nós consumidoras em que ficamos? Nas constante dietas que nos deixam frustradas constantemente. Não se trata aqui de defender a obesidade, não é isso, podemos ser saudáveis sem parecer paus de espeto. Estou a falar de mulheres com diferentes tipos de corpos que não encontram vestuário adequado a seu tipo de estrutura física. Um exemplo? As chamadas formato pêras, e que são uma larga maioria em Portugal, têm ombros, peito e cintura estreita, mas as ancas e as pernas largas.

sábado, 29 dezembro 2012 16:33

O animal mais malandro do mundo


Podemos avista-lo com alguma frequência na selva urbana que é o seu meio ambiente natural. A princípio pode parecer muito amigável, mas tenha cuidado quando menos se espera ele “ataca” a sua presa.

Trata-se de um animal de média estatura, segundo alguns é endémico do Brasil, mais concretamente a cidades tais como o Rio de Janeiro e Brasília, mas podemos encontra-lo na América do Sul e um pouco por todo o mundo. É por norma parasitário ou seja, vive á custa dos outros. Alimenta-se de qualquer coisa, do bom e do melhor e até da porcaria dependendo do meio ambiente onde se insere, sendo por esse motivo é um dos seres vivos mais bem adaptados ao seu ecossistema. É considerado até um animal mutante devido a essa característica única que permite ao nosso maliciousus malandrus (denominação científica) sobreviver e proliferar em grande escala sempre recorrendo a artimanhas e esquemas que garantem a sua existência. Pode ser avistado em bandos em locais muito pobres, ou até mesmo nas zonas muito chiques, com ênfase, nos edifícios públicos da capital da nação brasileira. Por norma migram para áreas onde haja boas fontes de alimentação e aí nota-se o seu sucesso pelo tamanho da sua barriga, da lentidão com que se movem e o seu riso cínico que lembra em muito as hienas. E como elas, alguns especímenes têm hábitos necrófagos, sugando tudo até o tutano. Em caso de perigo são hábeis a esconder-se e a misturar-se entre os restantes seres vivos sem serem notados. Também conseguem correr com grande velocidade a tal ponto que nem a polícia os consegue deter, isto numa fase mais juvenil, claro. Em etapas de maior maturidade fogem por outros meios para paraísos fiscais. A procriação é um outro dos seus trunfos. Possuem uma indumentária vistosa, pavoneiam-se com frequência diante das fêmeas com grande descontracção, sem nunca dar a entender que estão verdadeiramente interessados. A sua lábia e esperteza são apuradas e embora não seja das mais eruditas conseguem convence-las devido a outros atributos que possuem, para além dos físicos. Crê-se que os malaciousus malandrus propagam algumas das piores doenças infligidas aos seres humanos, perda maciça de neurónios, falta de moral e ética, laxismo, corrupção e distúrbios de personalidade. Acredita-se ainda que, na génese desta subespécie estiveram um certos indivíduos do sul da Europa que se misturaram com os negros após a chegada ao Brasil, mas este dado é uma mera especulação sem qualquer fundamento científico. O malandro, sua denominação mais vulgar, é assim uma das maiores pragas conhecidas pelo homem, mas considerado por muitos brasileiros um herói no seu país de origem.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Malandragem

sábado, 29 dezembro 2012 16:33

A moda chegou a lisboa

Há 20 anos que a Moda Lisboa marca as agendas culturais da cidade e as tendências da moda portuguesa.

Quando a Moda Lisboa abriu as portas do Rivoli, em 1991, foi um acontecimento mediático sem precedentes já que pela primeira vez o melhor da moda portuguesa pisava as passerelles. O evento surgiu do convite do departamento de turismo da Câmara Municipal de Lisboa, a uma organização que ficou ao cargo de Eduarda Abbondanza e José Matos Ribeiro, e na sua 1ª edição foi um sucesso retumbante. Desde aí a ML marca as tendências nacionais através das colecções dos criadores portugueses.

Durante a sua história, um dos momentos altos e inovadores desta mostra de moda, foi o lançamento do concurso Sangue Novo, que ao longo dos anos deu espaço para o aparecimento de novos estilistas, como por exemplo, Maria Gambina, Osvaldo Martins, Miguel Flor e Lara Torres e só para nomear alguns.

A moda Lisboa ao longo do tempo tem procurado ser uma janela para os criadores portugueses, não tendo sido isenta de algumas polémicas pelo meio. Em 1993, após seis edições, foi interrompido para reorganizar as suas estruturas. John Galiano, antes de ser designado criador principal da Dior, foi convidado para participar numa das edições, não sem antes ter sido alvo de um acesso debate, pelo facto de ser um criador estrangeiro a participar num evento para designers de moda nacionais.

Após estes percalços de percurso, o ML continuou a marcar a diferença criando uma dinâmica paralela a mostra de moda. São os workshops promovidos não só para os profissionais do sector, como também para a imprensa nacional e estrangeira que são no fundo os grandes veículos de promoção e internacionalização das marcas portuguesas, e que visam criar pontes entre os criadores e os empresários do sector.

Após 10 anos de existência, a organização sempre na vanguarda dos acontecimentos abre uma loja, a ModaLisboa Design, mesmo num dos centros nefrálgicos da cidade onde o público pode ver e comprar as peças dos designers nacionais. Em 2003, decidem criar uma fashion week, que dura 4 dias e que não se limita apenas ao vestuário, mas também a outros conceitos de autor, o design de interiores e artistas plásticos.

O Showroom Fashion&Must Haves tem sido uma das últimas apostas do grupo ModaLx, que é como nome indica, e cito, “um showroom comercial dedicado a compradores nacionais e internacionais, imprensa nacional e estrangeira e líderes de opinião, numa tentativa de consolidar as colecções apresentadas em desfile com o follow-up que deve ser prestado pós-evento”. Assim, após quase 20 anos de existência a MLx não é ujm simples acontecimento de moda no nosso país, é uma referência para várias gerações de portugueses.

www.modalisboa.pt

sábado, 29 dezembro 2012 16:31

O meu armário

O vestuário assim como o ser humano evolui. Nos nossos dias é um código para as novas tribos

Desde os primórdios da humanidade, que o ser humano sentiu necessidade de cobrir-se, por motivos que não vale a pena estar a discorrer, e inteligentemente usou essa indispensabilidade para distinguir-se mesmo entre os seus pares. E neste ponto ainda não falamos de moda, mas de estatuto. O homem primitivo procurou evidenciar as suas capacidades de macho alfa através do vestuário, digamos que era um código não verbal do sucesso de determinado membro da espécie, numa era em que a fala não era primordial. Recordem-se que os homens das cavernas usavam peles, mas o melhor caçador evidenciava-se quando usava pelos de ursos ou outros felinos. E o sucesso da sua procriação dependia dessa capacidade de se exibir.

Ao longo dos séculos, a humanidade dividiu-se por extractos sociais que se diferenciavam pela riqueza dos seus tecidos e jóias, ou no plano oposto pela pobreza e crueza do vestuário usado. Marco Polo, Vasco da Gama e Cristóvão Colombo são alguns desses aventureiros que trouxeram consigo, maravilhas de outros mundos, que eram usados pelos poderosos como troféus para reforçar o seu capital político e poderio económico. Quem já não viu quadros e retratos famosos de Reis e Rainhas adornados de ouro e pedras preciosas e sedas luxuosas com bordados intricados?

No século vinte, o vestuário começa a ganhar a importância que lhe conhecemos e aí sim podemos falar em moda. Neste campo, são as mulheres que tem uma palavra a dizer. Foram sempre elas que estimularam o comércio, de uma forma indirecta, pela necessidade de acederem a tecidos, a materiais que as distinguissem uma das outras. Houve já também nessa altura, a urgência de criar um código de vestuário que era reservado apenas a alguns eleitos, os mais ricos, as elites. Surge então, a classe média com um vestuário que reflecte o seu sucesso. Recordam-se dos anos 80, os yuppies? Os rapazes da bolsa, com os seus chumaços, seus Ferraris e fatos Armani? Quem melhor do que eles transmitiram uma imagem de sucesso de uma década próspera e rica, de uma juventude que vencia não pelo trabalho braçal, mas sim pela sua argúcia e inteligência.

E eis-nos chegados ao século vinte e um, será que como no passado, podemos avaliar o sucesso, o estatuto de alguém pela roupa que vestem? Não me parece. Pensem, se no passado, a roupa era uma forma não verbal de acedermos a uma série de informações sobre um determinado indivíduo, na actualidade essa fronteira é muito difusa. Então vejamos, olhando para a imagem de Steve Jobs, um dos sócios fundadores da Apple que, foi considerado o patrão da década pela revista Fortune, podemos só ao olhar para a sua camisola de gola alta preta, os seus jeans e os ténis dizer que se trata de um dos homens mais influentes do planeta? Claro que não. Depois há aqueles que pela foto, como se costuma dizer, fazem de tudo. Vivem de falsas aparências, vestem tudo emprestado, comem nos eventos para que são convidados, pois vêem-se a verificar que não tem onde cair mortos. Então qual o papel do vestuário neste momento? Serviu para propagar a espécie, para demonstrar estatuto social e político e para marcar a emergência de uma nova classe social. Pensem? Não é com certeza apenas para cobrir-nos, tendo em conta que até o próprio conceito de moda mudou, os grandes costureiros morreram e com eles uma era de luxo exclusivo, agora, até Karl Lagerfeld desenha colecções para grandes cadeias de roupa.

O vestuário tem neste momento para mim, um papel menos óbvio e mais democrático se é que o podemos dizer, serve para diferenciar as diversas tribos humanas do mundo global, que nada tem a ver com o estrato social, riqueza ou sucesso. Tu és o que veste e isso é o reflexo do grupo onde te inseres. E para o efeito vou nomear só algumas.

Os rastas, são uma das tribos mais emergentes porque reflectem uma forma de vida, mais ecológica, pelo respeito pela natureza, pelos princípios vegetarianos e uma certa forma de estar muito Zen. As suas roupas são feitas de matérias-primas biológicas e de certa forma rudimentares. Se tocarem algum desses tecidos sentem a sua crueza, já que são feitos de forma artesanal. São os tais que defendem a legalização da cannabis e tratam bem os seus animais.

Temos os fashionistas, são o grupo que suspira pelas malas Birkin e pelos sapatos Miguel Vieira, são pessoas com alguma capacidade financeira e que “vivem” para as marcas.  Vestem-se e agem de acordo com as tendências, alguns são tão excessivos que se tornam ridículos.

As patricinhas e os Maurícios, são o equivalente aos queques da minha altura, os miúdos de bem, tá a ver? Todos com aquele look muito clean e que ficam horrorizados perante a forma de vestir dos restantes grupos.

Os cromos tecnológicos, são os que se seguem, já falei de Steve Jobs, mas qual é a primeira imagem que vós vêm à memória? É essa mesmo. O tipo dos óculos, com a camisa aos quadrados, o bolso superior cheio de canetas e calças de ganga, quando não são de vinco passadas pela mãe.

Os “gunas”, são o reflexo do mundo do futebol e para isso remeto a imagem de Cristiano Ronaldo, o expoente máximo para esta tribo. São os rapazes dos bairros sociais, que vestem calças de ganga rotas com t-shirt garridas e justas, a boina e o brinco de zircónio na orelha, porque diamantes só mesmo para os que podem e as famosas sapatilhas adidas contrafaccionadas.

Temos os emos, esses também não são muito difíceis de distinguir, minimalistas nas cores, quase sempre preto, e as t-shirts com heróis da DC Comics e os famosos ténis allstars. As raparigas usam apontamentos de cor e as também não menos famosas Docs Martins e ainda, usam design vanguardista. São muito etro, usam as malas que tiram dos armários das mães. Muito cool com uma mistura de rock punk, mas com lema do peace and love.

E tu onde te inseres?

www.sobretribos.blogspot.com/

sábado, 29 dezembro 2012 16:26

O amor fatal


O polvo–gigante do Pacífico é ser vivo irracional mais maternal do planeta. Um invertebrado que não olha a meios para garantir a sobrevivência dos seus ovos

É considerada a espécie mais maternal do reino animal. Parece surpreendente tendo em conta que se trata de um molusco, mas é verdade. O polvo-gigante do Pacífico deve o seu nome ao tamanho que consegue atingir na vida adulta, cerca de nove metros de comprimento, chegando a pesar os 250 kg. É um animal de peso sem dúvida, mas com uma média de vida que abrange apenas os dois anos. São animais que habitam no fundo oceânico, tendo sido já avistados a cerca de 70 metros de profundidade. Os polvos-gigantes são surdos, como todos os cefalópodes, mas possuem um par de olhos com cerca de 50 000 receptores de luz por milímetro quadrado que lhes permitem ver com grande nitidez mesmo na maior obscuridade. As pontas dos oito tentáculos funcionam como narizes e como tal conseguem através da água captar alterações hormonais, imaginem pequenas células especializadas apenas em odores, por esse motivo conseguem detectar comportamentos agressivos e agir de acordo. Ao contrário das lendas não ataca o homem, mas em caso de ameaça lançam um líquido escuro e viscoso e fogem a uma velocidade estonteante devido aos seus corpos aerodinâmicos. A sua principal arma de defesa é um comportamento chamado mimetismo, ou seja, eles mudam de cor em menos de trinta segundos, confundindo-se com o meio que os rodeia. Caso nada disto funcione, não hesitam em atacar mesmo quando se trata dos seus predadores naturais, como é o caso do tubarão e não se importam no confronto de perder um ou mais tentáculos, porque estes acabam por crescer de novo. São inteligentes, mas não ao ponto de adivinhar os resultados de campeonatos de futebol.

Para além da sua envergadura e das capacidades com que a natureza os dotou, o que mais chama a atenção dos cientistas de todo o mundo é a sua abnegação fatal quando se trata de procriar. Estes invertebrados quando decidem acasalar, deixam de comer literalmente. É um acto de amor muito dramático que tem como consequência imediata a morte do macho após um certo período sem se alimentar. A fêmea que é a parte que nos interessa neste relato, ela vigia os ovos, numa caverna onde se recolhe cobrindo a entrada com pedras para evitar a entrada de potenciais predadores. Durante os seis meses em que decorre o período de encubação, a mama polvo não se alimenta, vigiando implacavelmente a sua preciosa prole ao mesmo que tempo que oxigena os ovos para evitar eventuais doenças ou outros tipos de perigos provenientes de agressores dos fundos oceânicos. Ela vigia os pequeninos até a exaustão, ao ponto de num último gesto maternal, se é que lhe podemos chamar assim, ela sopra água pela última vez para provocar a eclosão dos ovos. É o seu último fôlego antes de morrer, mas ao mesmo tempo é um sopro de vida. Maior prova de amor que esta não existe, a explicação? Os cientistas ainda debatem esta questão. Dá que pensar, não é?

http://www.oceanario.pt/cms/505/

sábado, 29 dezembro 2012 16:30

O sexo e o sapato

O calçado é o reflexo da evolução do homem, mas mais que isso é um ícone para as mulheres.

A história do sapato teve inicio há 10 mil anos quando o homem sentiu a necessidade de andar erecto e deambular pelo planeta. E devido a essa urgência meramente física, porque como sabem andar descalço dói como o raio, foi necessário criar uma protecção eficiente para os pés para poder caminhar longas distâncias de forma cómoda e que permitisse manter a temperatura corporal! As primeiras sandálias foram feitas com a pele dos animais que caçavam.

Na antiguidade porém, para além da sua função de protecção, o sapato ganhou uma outra dimensão que era ser o reflexo de um estatuto social. Os Egípcios, por exemplo, apenas permitiam o uso de sandálias à nobreza e só o Faraó podia usar tiras feitas em ouro. Os romanos distinguiam os vários escalões senhoriais pela cor das sandálias, os cônsules eram brancos e os senadores marrons com quatro tiras pretas. Foram os gregos, sim mais uma vez, que criaram a moda para sapatos. Nunca ouviram falar na expressão menta sã em corpo são, pois é, a beleza tinha um papel preponderante na sociedade mais desenvolvida da sua era, daí que os gregos usavam sandálias de várias cores, pelo prazer sensorial de olhar para algo belo mesmo que fosse apenas feito para andar.

Na idade média, a forma do sapato obteve a sua conotação sexual, as biqueiras mais precisamente, quanto maior fosse o tamanho, maior era o órgão sexual masculino, um privilegio que como é evidente só era acessível aos Reis. Não se tratou contudo de uma evolução sem fundamento, numa época assolada pela peste negra, era necessário garantir a fertilidade, ou pelo menos ostensivamente demonstra-la à sociedade. Mas, também houve o reverso da medalha, em Itália, as venezianas usavam tamancos altíssimos e muito elaborados que as impediam de andar sozinhas pelas ruas, uma vez que necessitavam de apoio e isso era uma forma camuflada dos maridos vigiarem as esposas. No Oriente, como sabem durante séculos, as raparigas chinesas de tenra idade eram obrigadas a enfaixar os seus pés, um processo doloroso que as acompanhava ao longo de toda a vida, para evitar que eles crescessem. Um comportamento atroz, que era aceite na sociedade da altura como estético, mas que no fundo apenas tinha como objectivo confinar as mulheres ao espaço do lar.

Mas, é em França que o sapato ganha dimensão de ícone sexual para as mulheres, já que aparece o primeiro salto, pequeno é certo, nos pés da infeliz Maria Antonieta. E é aí que se dá a viragem. O sapato sempre foi para a mulher uma extensão da sua feminilidade, com mais ênfase a partir do momento em que começamos a usar saias. E os saltos altos ainda fortalecem mais esse poder sexual que as mulheres desfrutam com grande deleite. Uns finíssimos agulhas reforçam o ondular das ancas, realçam as barrigas das pernas e mais importante fazem-nos sentir maravilhosas. Muito femininas. As mulheres e os seus sapatos são um assunto sempre em voga e que não deve ser referido de ânimo leve. Lembram-se da Carrie, do Sexo e da Cidade? Ela pediu ao Big um grande armário para os seus Manolos! As mulheres não brincam em serviço quando se trata de sapatos. E até a minoria pode afirmar que é um exagero, que preferem andar com um calçado mais confortável, do que sofrer durante horas. Até aceito, mas isso só é verdade para aquelas que não encontraram o tacão certo! Não há nada mais sexy do que uns sapatos de salto alto, meninas. E não precisam de ser uns Luís Onofre, bastam que tenham aquela altura limite dos 18 cm e sejam lindos, provocando os uaus de prazer que só nós sabemos. Não há nada mais reconfortante do que comprar uns sapatos novos, levanta sempre a moral de qualquer uma, por mais baratos, ou caros que sejam. E é consensual os sapatos são os itens mais democráticos do nosso armário. Baixa, alta, gorda ou magra todas podemos usa-los e ficam sempre bem no pé. Verdade?

sábado, 29 dezembro 2012 16:20

A viagem das andorinhas


São pequenas aves que todos os anos visitam Portugal e trazem consigo o prenúncio da primavera

As andorinhas são aves que apesar do seu pequeno porte fazem uma viagem de milhares de quilómetros até o nosso país para nidificar. Todos os anos, obedecendo a um instinto que lhes é inerente voam do Norte de África até Portugal e ficam até o final do Verão. Este pequeno animal voador é muito querido pelos portugueses porque elas são o prelúdio da primavera e do bom tempo. “Daí a sua grande resistência e capacidade de orientação, a andorinha é uma ave que exibe uma grande agilidade enquanto voa, o que lhe permite fazer voos rasantes sem qualquer perigo para a sua integridade física. Durante o tempo em que nos visita, esta simpática ave faz o seu ninho, ou reconstrói o antigo, no sítio onde ela própria nasceu. Se esse espaço estiver ocupado, então, sim, procura outro lugar, nunca muito longe do ninho original. Os ninhos são feitos de palhas e lama. A andorinha vai transportando estes materiais no bico, até sentir que o seu ninho está perfeito e suficientemente resistente para acolher uma nova geração de aves, a sua prole”.

São aves associadas não só ao bom tempo, como ao lar. Devido a sua capacidade abnegada de criar a sua prole, os portugueses vêm neste pássaro um exemplo de tudo o que de melhor a natureza pode trazer. Não é por acaso que uma das figuras mais vendidas da cerâmica de Bordalo Pinheiro seja a família de andorinhas que, por norma, é oferecido a casais como oferta de casamento. A paixão é tal que os portugueses penduram replicas de bandos de andorinhas nas paredes das suas casas como sinal de bonança. Deve ser uma das aves mais apreciadas no nosso país. E para reforçar a ideia cito as características científicas, “As fêmeas fazem uma postura de 4 ou 5 ovos, que depois são incubados durante cerca de 14 a 16 dias. Passado o tempo da incubação, nascem os jovens, cuja alimentação é feita por ambos os progenitores. Com a chegada do Outono, e quando a temperatura começa a baixar, as andorinhas juntam-se em grandes bandos e voam então para Sul, à procura de temperaturas mais altas no continente africano. Algumas voam da Europa Ocidental até à África do Sul para voltar na Primavera seguinte”.

http://www.bicharada.net/animais/

sábado, 29 dezembro 2012 16:14

O indio português

Lançou recentemente o seu primeiro trabalho que já é um sucesso no nosso país. Um caso sério no panorama musical.

Alberto índio pode ser uma cara recente no panorama musical nacional, mas não se trata de nenhum novato no que se refere a música. Desde muito cedo este jovem cantor e compositor têm dados pequenos passos para ao seu reconhecimento como artista. Muitos já o conhecem desde o tempo em que cantava nos circuitos dos bares da zona metropolitana do Porto. Era conhecido pelo índio, cognome que aliás manteve e bem, porque na época tinha cabelos compridos e como se pode ver na imagem ele é muito moreno, o que de facto lhe conferia e confere um certo ar de indígena. Desde os seus primórdios em palco, sempre cantou os seus próprios temas que foi acrescentado um por um ao seu repertório. O seu sucesso musical deve-se também ao público, essencialmente jovem e sim, feminino, que vem sempre acompanhando o seu percurso profissional pelos bares do Porto, onde tocava. As novas tecnologias fizeram o resto e a consagração chegou com o tema “pode ser tu” que fez parte da banda sonora da telenovela “mar de paixão” da TVI, uma melodia que apaixonou milhares de portugueses que acompanhavam esta história de pescadores. Agora com um álbum no mercado, muito podemos esperar deste jovem cantor português. Basta ouvir o “sinceramente” que é o tema de lançamento deste novo trabalho para termos a certeza que o índio veio para ficar. O vídeo também na minha opinião é de realçar, já se vem fazendo um excelente trabalho na promoção audiovisual dos nossos músicos. Para quem tenha dúvidas o clip foi rodado na baixa de Coimbra, e quer a escolha do local, quer o conceito do videoclip e a coreografia foram muito acertadas. O Alberto índio colocou também já a disposição dos fãs e demais cibernautas o novo tema “magia”, uma canção muito bem conseguida, a meu ver, porque tem uma letra muito sugestiva, com um forte cariz romântico que aliás é um dos cunhos pessoais deste cantor e que delicia sempre o público feminino! Música que como ele próprio define “fazem claramente transparecer a expressão, sentimento e entrega à sua música”. Esperemos que por longos anos!

http://www.myspace.com/albertoindiosinger

sábado, 29 dezembro 2012 16:14

A mais velha árvore de Portugal


Trata-se de um espécimen vegetal que resiste as intempéries ambientais e convulsões sociais do nosso país há mais de dois séculos. Um exemplo de maturidade no mundo animal.

Uma oliveira com residência permanente em Tavira é a mais antiga árvore de Portugal. Um reconhecimento oficial da Autoridade Florestal Nacional (AFN), após serem tidos em consideração vários factores históricos e culturais, bem como os restantes de carácter mais científico, nomeadamente, a longevidade, o porte e o desenho. O facto é que este espécimen vegetal consta da lista das 409 árvores de interesse público, e foram precisos cinco homens para abraçar o seu tronco. A idade estimada desta espécie é que é um autêntico prodígio, segundo a estimativa dos técnicos, esta oliveira reside no nosso território há mais de 2000 anos. Notável, não é? Agora imaginem, esta árvore assistiu a formação do nosso país, as guerras de independência e a todas as convulsões políticas e sociais que se lhe seguiram.

As oliveiras são árvores de facto extraordinárias não só pela sua longevidade, mas por tudo aquilo que fornecem ao homem, em troca de luz e água. Dos seus frutos é feito o azeite, essencial para a nossa alimentação. Nos seus ramos frondosos, rumo ao sul, podemos sempre encontrar um alentejano a usufruir da sua sombra para a sesta do dia. Isto sem esquecer, as restantes espécies animais que se abrigam e utilizam o seu tronco para construir ninhos. Não é assim, por acaso que os seus ramos são o símbolo da paz. Elas, as oliveiras, estão sempre presentes em todos os grandes acontecimentos da humanidade, acompanhando-nos ao longo dos séculos. Todo um feito para esta espécie vegetal. O que nos dá que pensar. Afinal somos muito efémeros, nós a raça humana, não somos os donos do planeta, nem pouco mais ou menos. A nossa espécie até pode desaparecer na totalidade, mas a oliveira resiste e fica.

Outra das árvores que mereceram o epíteto de serem as mais antigas do nosso país é segundo registo da AFN, um castanheiro situado no largo da Senhora dos Remédios, em Lamego. Apesar de apenas restar o tronco, já que a copa é uma trepadeira que lhe cobre o topo, estima-se que este espécimen vegetal tenha cerca de 737 anos de vida. Nada mau para um “velhote” que apesar da provecta idade ainda está para as curvas!

http://www.afn.min-agricultura.pt/portal/gestao-florestal/aip

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